Ao aluno, todo o direito e regalia. A todo instante é invocado o Estatuto da Criança e do Adolescente, que lhe dá o direito de ser grosseiro, mal educado, respondão, atrevido, desobediente e descompromissado com a Escola. Obrigações e deveres do aluno, estes estão em 2º plano e nem se pode exigir dele.
Ao aluno tudo: entra e sai da aula quanto bem quer. Desconhece a presença do Professor ou Professora e procede como se este não existisse na sala. Não há compromisso algum no cumprimento das tarefas de casa ou de estudar as lições e muito menos portar-se de maneira a dar condição ao Professor de expor a lição.
O compromisso de estudar resume-se hoje, no ir e vir diariamente à Escola e apresentar-se na sala como figurativo de uma reunião de somenos importância. Quando não está ali para perturbar a quem quer aproveitar o ensinamento do Mestre.
As lições da aula, na maioria, são mandadas para casa, onde os pais é que tem que de explicá-las ao filho, se souberem. Na maioria das vezes, “ deixam como está para ver como fica. ”
O Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser comparado com a Lei dos Direitos Humanos. Interpretação maléfica e distorcida da realidade. À vítima e à sua família, a clausura. Aos bandidos, a soltura. E salve-se quem mais puder...
Assim, acontece na Escola: Ao aluno, todo o direito, toda a regalia, inclusive a de maltratar o Professor ou Professora, na maioria, com palavras, atitudes grosseiras ou até com agressões físicas e armas de fogo. Como dói acontecer já na Escola.
Ao Professor (a), nada. Ao aluno, tudo...
Com isto, o Professor se encolheu, sente-se tolhido e inseguro dentro de uma sala de aula à frente de seus alunos.
Tolhido pelas normas emanadas dos gabinetes superiores, pela atual conjectura das coisas que norteiam o professor (a) na sala de aula. O que lhe resta?
- Cumprir puro e simplesmente o seu horário na sala de aula para defender o seu salário minguado e ir embora. Amanhã, o Professor (a) está, novamente, na Escola para cumprir o seu horário mecanicamente.
E o trabalho de transformação do aluno pela aprendizagem, pelo ensinamento, pela formação da personalidade ou do caráter, pela aquisição das boas maneiras e da educação, pelo modo de portar-se na comunidade e na família, enfim, tudo isto desapareceu da Escola. Não se fala nestas coisas.
A escola não é mais a continuação do lar e nem a continuação de nada. Escola é o vai e vem do aluno no dia a dia, enquanto o tempo passa.
A sociedade inteira, as autoridades escolares e política reconhecem a falta de qualidade do ensino na Escola. Mas, tudo continua como está e nada mais. Reunião e mais reunião acontecem para manter a eterna burocracia, as papeletas escolares. Planos e mais planos...
Enquanto a Escola não se transformar em atração para o aluno, enquanto o Professor(a) não sentir segurança dentro da Escola, enquanto não cessar a politiquice, enquanto houver Professor(a) sem competência para ensinar, a Escola será a vergonha dos tempos de hoje.
É preciso por um basta em tudo isto e recuperar a Escola para Aluno e Professor(a) e estes terem condição de realizar com plenitude e altivez o milagre da aprendizagem.
Ao Professor(a) cabe ensinar e educar. Ao aluno estudar, aprender, educar-se e respeitar a sua Escola, assim como o Professor(a).
Que seja a Escola o ponto maior da aprendizagem e da formação do aluno para a comunidade. Na Escola há de ter o Professor(a) educador, que ensina o aluno a se defender da corrupção, que solapa e dilapida o bem público, gerando a pobreza, a prostituição e o menor abandonado.
À Escola cabe receber aquele que é vocacionado para ensinar e educar. A Escola não é cabide de empregos para receber por Professor(a), quem não tem o ideal de educar e ensinar. A Escola é lugar sagrado da formação do aluno. É o templo da aprendizagem para a vida de adulto. É o tabernáculo do saber e o ícone da educação e da formação do aluno. Caso contrário ter-se-á de conviver, se viver, com uma sociedade marcada pelo medo, pelo terror, pelo banditismo.
- Qual a Escola, que você tem para si ou para seus filhos? – Qual?
Roulien Ribeiro Lima
Texto cedido pelo professor, também formado em advocacia.
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