sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O que eu tenho doutor?


Quando você tem febre ou dor em alguma parte do corpo você vai ao médico. Chegando lá ele te examina e pede uma bateria de exames para dizer com 'certeza' o que se passa com seu corpo. A medicina está mais avançada do que nunca, com aparelhos mais modernos e eficientes. Então por mais exames que você tenha que fazer, ou médicos que tenha que procurar, eles te darão um diagnóstico claro.
Infelizmente não é assim quando se tem uma doença psicossomática ou transtornos emocionais. Primeiro ninguém aceita com facilidade que exista um problema emocional, pois é mais fácil lidar com algo físico. Eu sinto uma taquicardia de repente, uma náusea forte, tremores pelo corpo todo sem ao menos estar com frio, visão turva, sensação de morte eminente e logo penso_ Terei um infarto.
Procuro um cardiologista rapidamente, pois a sensação foi tão ruim que o simples fato de que se repita me deixa apavorada. Faço os exames não evasivos: eletrocardiograma, ecocardiograma e o médico simplesmente me diz:
_Seu coração está ótimo!
Engraçado como alguns resultados nos frustram, não porque gostaríamos de ter um problema cardíaco, mas porque não sabemos o que temos. A situação fica tensa e o medo aumenta com tais dúvidas.
Exames de sangue normais, exames disso e a daquilo também normal, até que o médico resolve olhar para o lado emocional. Afinal os casos de transtornos emocionais estão assustadoramente mais comuns a cada dia.
Hora de encarar a realidade: você precisa de um psiquiatra. É meio constrangedor assumir isso...e não assumir é pior ainda.
Voltando ao que realmente interessa, que exames o psiquiatra me pediria pra saber o que tenho? No máximo um eletro encefalograma pra saber se sou epilético ou outras doenças metabólicas, se o lítio está em baixa, se não tenho hipotiróidismo e etc. A verdade é que os transtornos emocionais, cada dia mais comuns e que alastram-se como uma epidemia, não obtiveram tantos avanços como em outras áreas da medicina. Não há exames para diagnosticar se você tem síndrome do pânico, transtorno bipolar, fobia social, agarofobia, e tantos outros transtornos. O problema é que quanto mais demora há no diagnóstico, mais transtornos surgem e mais problemático se torna o tratamento.
Nossa melhor arma neste momento é a informação. Quanto mais informações temos sobre determinado diagnótisco, menos doloroso e frustrante se torna o tratamento.
                   

2 comentários:

  1. Bela matéria, Ju!
    Realmente, o problema é quando a pessoa não aceita o problema!!!
    Aí, todos saem perdendo! Não só as pessoas que estão próximas e convivem com ela, mas principalmente, para a própria pessoa!
    Tenso demais!

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  2. Obrigada pelo comentário Fred.É isso mesmo que acontece,as pessoas mais próximas também sofrem.Infelizmente o problema emocional também causa danos físicos e aparentes que despertam a curiosidade dos demais.E tentar explicar nos constrange.Esconder nossas dificuldades não é a melhor saída.Fulano está com isso e pronto.

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