Sentia-se culpada.
Sentia-se culpada
por ser diferente. Culpada por achar que não merecia o que tinha.
Sentia-se culpada
por ser elogiada. Culpada pela tristeza repentina. Pelas atitudes erradas,
palavras mal-faladas.
Culpada pelo
cansaço físico, pelas crises de choro, pelos momentos em que queria ficar só,
pelos problemas que poderia causar a alguém, pelos gastos que demandaria se
ficasse doente. Culpada por se achar pior que os outros, por pensar que sua fé
não era suficiente.
Pela insegurança,
pelo desânimo, pelo nervosismo, pelo passado, pelo mau humor alheio, por não
agradar, por dizer sim quando queria dizer não.
Culpada por sentir
culpa.
Então ela aprendeu que
tanta culpa só pesava e atrasava sua vida. Não havia mais espaço e muito menos
necessidade delas.
Ela aprendeu que as
pessoas não são iguais. Então ela podia ser diferente.
Merecia o que tinha?
Se Deus permitiu que ela tivesse, então por que pensaria o contrário.
Aprendeu que ser
bonita é diferente de sentir-se bonita. Poderia se olhar no espelho e achar que
estava péssima ou maravilhosa. Importante sim, era o que ela achava. Os elogios
seriam bem-vindos ao ego, mas algum descartaria pela indelicadeza.
Aprendeu que a vida
não é um mar de rosas. Ela tinha o direito de ficar triste de vez em quando e
até chorar. Falar umas bobagens. Não era perfeita, então cometeria erros. Algumas
atitudes impensadas sim, mas não remoeria a noite toda: __ Por que o leite
derramou?__ Já derramou mesmo. Amanhã seria outro dia.
Aprendeu que
precisava de alguns momentos de solidão. Haveria dias mais desgastantes em que
nem atenderia o interfone por um pouco de privacidade.
Aprendeu que as
pessoas que a amam, querem o melhor pra ela, incluindo despesas médicas e etc.
Ela tinha consciência que fazia sua parte.
Descobriu que não
dependia só da sua fé, dependia também do tempo de Deus.
Tinha medo de
dormir e de multidões, mas já superara medos maiores. Tinha seus dias
irritadiços e avisaria antes, porque ninguém precisaria ‘pagar o pato’.
O futuro pertence a
Deus. Viveria um dia de cada vez. O passado foi difícil, mas aprendeu muito com
ele.
Se alguém próximo
dela demonstrava impaciência e nervosismo perguntava: __ Tem algo errado? Está
tudo bem?__ O mundo não girava ao seu redor. Todos tinham problemas e ajudaria se
possível.
Ela era assim e
seria melhor a cada dia, mas não agradaria a todos.
Aprendeu a se respeitar mais e considerar bem
antes de dizer um sim.
Quanto às culpas,
elas não existiam para acúmulo e sim para encarar.
Aprendeu a pedir
desculpas pelos seus erros e a não assumir erros que não eram seus.
“Construímos certas
culpas com o
intuito de nos punir por uma coisa que não somos condenadas por ninguém a não
ser por nós mesmos.” G.G.
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