A cultura de massa é a primeira cultura verdadeiramente planetária. Ela abrange todos os povos e
todas as idades. Ela homegeneíza todos os seres humanos em nome de um ser
humano médio ideal a que se dirige. Esse ser humano pode ser chamado o
antropodo universal. No que se refere aos povos, esse antropodo tem a tônica
ocidentalizante: os filmes e a televisão estão causando uma verdadeira mestiçagem
cultural. As mulheres indianas ou japonesas, por exemplo, usam a moda americana
e se maquiam, arredondando os olhos, como as ocidentais. No interior da África
e da América Latina, os novos valores culturais vêm fazer desmoronar as velhas
tradições acenstrais.
No tocante às idades, os circuitos
eletrônicos sistematicamente marginalizam as crianças, os homens velhos e as
mulheres velhas, gordas ou feias, a doença, a miséria e a morte. Só são
enaltecidos o homem e a mulher eternamente jovens e eternamente apaixonados.
Basta olhar a televisão ou
qualquer revista. A toda hora do dia, a mulher é bombardeada pela visão de
jovens esbeltas, tentando vender-lhe o sabonete que a fará eternamente jovem e
glamourosa ou aquele cigarro. Tudo, desde a filosofia de vida até os pormenores
da moda, está baseado na convicção de que a vida só vale a pena ser vivida se a
mulher for jovem, bela e magra.
Os problemas de comunicação com os
outros se resolvem na criação de pontes e não no atrofiamento da afetividade,
do calor humano e da sexualidade. Assumir um problema não é, pois, fugir dele
através de desvios e, sim, o acolhimento para o outro tal qual ele é.
Mas, para fazer isso é preciso que
a mulher saiba quebrar estereótipos e enfrentar toda uma cultura. As mulheres
que assim conseguem se manter equilibradas e atraentes são, na verdade, seres
superiores. Souberam vencer desafios infinitamente maiores do que os que se
apresentam às mulheres naturalmente bonitas, jovens ou magras.
Elizabeth Taylor, que embora ainda
seja muito bela, não fez regimes, aceitou a sua condição de gordinha e de
mulher madura. Nem por isso perdeu o lugar destacado nem deixou de ser um símbolo
do cinema. “A mulher que faz regimes” __comenta ela__ “pode ter crises de
nervos que afastem o marido para sempre.”
Desta forma, é desenvolvendo a
chama e não a forma que a mulher poderá se integrar realmente na sua
feminilidade e assumir o seu papel ao lado do homem, ao contrário do que impõe
a neurótica cultura de massa do nosso tempo. Toda mulher que se percebe como
apenas forma lidera a categoria das chatas.
Fonte: Artigo do livro “Porque nada satisfaz as mulheres e
os homens não as entendem” de Rose Marie Muraro.
Foi cedido ao Blog Arcos autorização para postagem do artigo.
Saiba mais sobre Rose Marie Muraro e suas obras através do
seu site oficial: http://www.rosemuraro.com.br ou pelo blog: http://rosemariemuraro.blogspot.com/
Não postamos artigos, nem citamos links sem autorização. Este
Blog é contra o plágio.
Meu ponto de vista: A saúde é nosso maior bem. Cuidar do
corpo, da aparência e do modo de vestir não é proibido . O foco aqui é até
que ponto as exigências da sociedade te tornam um escravo ou um ser consciente
de que nascemos, crescemos e principalmente envelhecemos.
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